segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Uma conversa qualquer.

Ele: Acho que você só pode se apaixonar por ele se ele continuar bem com você. Se ele continuar bem, pronto!

Ela: Mas desde quando você escolhe se vai se apaixonar? Tá maluco?

Ele: risos - Minha psicóloga. É só deixar as coisas acontecerem.

Ela: Essa mulher está te enganando.

Ele: Ela não está. Eu já me engano sozinho.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Máquina do tempo.


Certa vez um querido professor repreendeu a sala por sempre usar as palavras "Claramente/Certamente/Com certeza" em suas respostas com relação à literatura. Segundo ele, nunca podemos ter a certeza de nada, uma vez que o texto é lançado no mundo, ele deixa de ser do autor e passa a adquirir diversos significados para cada um que o lê. Por isso nunca podemos dizer tais palavras.

Mas como isso não é literatura, eu arrisco dessa vez e digo que tenho certeza de que você, que está perdendo tempo lendo este texto, já imaginou como seria a vida se os geniais cientistas que passam suas vidas em busca de novas descobertas, finalmente descobrissem uma maneira de inventar uma máquina ou objeto que pudesse lhe levar aos melhores tempos de sua vida.

Quem não adoraria voltar para a infância onde nada era obrigatório além de tomar banho, e a única preocupação necessária era se teria alguém para brincar durante o dia?

Sempre quis voltar há algum momento passado, aqueles que fizeram com que meu rosto quase rasgasse de tanto sorrir, mas nunca desejei realmente revivê-los. Me contento com as lembranças, e eis que descobri a minha própria máquina do tempo.

Deitada na cama resolvi parar de ouvir um pouco Nightwish e migrar para qualquer outra pasta. Cliquei em "Japanese" e a cada três, quatro minutos eu lembrava de uma algum momento perdido lá de 2008. Ouvi cada música envolvida em lembranças e saudade daquele tempo. 

Depois migrei para a pasta "Shakira", e comecei a lembrar de todos os meus amores fracassados e como as músicas dela me ajudaram a superar cada desencanto e sair andando pela casa cantarolando "Bruta, ciega, sordomuda, torpe, traste y testaruda, es todo lo que he sido por ti me he convertido!!!" ou praticamente gritando a plenos pulmões "Sí Te Vas".

A pastinha "American" é a mais nostálgica! Dentre todos os artistas os que se destacam mais por me fazer relembrar àquela época de ouro de 2001 são as músicas do N'Sync e do Offspring. "Bye, bye, bye" é um clássico da minha vida, o que me faz lembrar do Rock in Rio em que eles vieram se apresentar e justamente neste dia, meu pai resolveu colocar meu irmão e eu de castigo sem TV ou rádio porque estávamos fazendo alguma macaquisse que o incomodou. Chorei a noite toda. 

"Pretty fly (for a white guy)" me lembra das tardes gastas na rua jogando taco, vôlei ou apenas conversando naquele verão. Um dos meus amigos se chama James, e no refrão dessa música quando a mulher canta com uma voz de quem quer dar "Give to me, baby!" nós cantávamos: "James comeu Baby!"  Ele ficava puto, mas achava engraçado também.

Que saudade!!! 

A pasta "Arabic" me lembra da época em que meu avó era vivo e vinha todos os dias tomar café com a minha mãe, então, para agradá-lo, eu saia um pouco do rock e colocava músicas árabes para vê-lo se balançando de um lado para o outro com um sorriso sereno no rosto. Acho que ele lembrava do Líbano, terra que ele tanto amava e sonhava um dia levar a família toda para lá.

Tenho uma pasta com músicas "Brasileiras", ela é composta com músicas do CPM 22, Djavan, Legião Urbana, Falamansa, César Menotti e Fabiano, entre outros. Não tenho vergonha em dizer que escuto todas e que cada uma me lembra da época do colegial, época em que aprendi a aceitar as pessoas como elas são e com os gostos diferentes do meu. Ouço cada uma em homenagem a tudo o que vivi com eles no meu querido E.E.P.A.M.

A pasta "French" me lembra uma época de agonia e desespero. Desespero pois eu era a única na faculdade que não tinha capacidade suficiente para aprender Francês. Culpa da Madame Jorge e da fofa Raquel.
Na agonia para tentar ao menos pronunciar algo, eu ouvia muita música francesa para me acostumar com o idioma; após quatro anos, só me sobrou as músicas e a lembrança de uma turma queridíssima, pois o idioma nunca chegou a  sequer sentar do meu lado.

Uma vez eu viajei para Lins, uma cidade que fica há oito horas de transporte terrestre daqui de São Paulo. No ônibus uma amiga me perguntou se eu gostava de música Celta, eu respondi que nunca tinha ouvido e naquele momento, ela me viciou na banda Gràda. Excelente! Tanto que ela ganhou uma pasta exclusiva no meu MP4.

Quando perdi meu pai, eu fiquei um tanto quanto revoltada, com nada na verdade, pois eu podia ser incoerente com um motivo aparente, mas que não justificava nada. Então, eu resolvi virar roqueira.
Ouvia muito Iron Maiden, Metallica, Angra, Kiss, Kansas, Linkin Park, Whitesnake e AC/DC. Bandas e músicas que me marcaram de tal maneira que, mesmo com um sangue que pede músicas dançantes, latinas, agitadas, orientais e cheias de ritmo e batuques, meu sangue também pede baixo, guitarra e bateria extremamente altos, do tipo que te faz querer andar por aí destruindo tudo e remexendo os cabelos como um louco qualquer.

Ah, o Rock! [...] Sempre volto para ele, cedo ou tarde.

E, por último, tenho a pastinha nomeada "Hinos", que contém o hino do São Paulo F.C., da Sociedade Esportiva Palmeiras (porque é o hino mais lindo do mundo, e porque meu pai era o maior palmeirense do Brasil!), o hino do Santos e o hino do Real Madrid (Hala Madrid!!!). Essa pasta nada mais é do que um lembrete de que eu tenho um amor que não posso largar, apesar do tempo escasso e da raiva mortal que cada jogo pode me proporcionar, eu não posso viver sem assistir aos jogos dos meus times (São Paulo e Real Madrid).


Todas essas pastas e músicas representam uma parte de mim, uma época vivida e querida, um pedacinho de mim que apenas eu conheço. Isso representa a diversidade que busco viver, pois acho um desperdício viver sem conhecer outras culturas, novas pessoas, novos ritmos. Acho injusto com os artistas e consigo mesmo não se permitir ouvir outros gêneros musicais.

A música é a arte que lhe permite sentir um milhão de emoções sem ao menos sair de casa; não é à toa que todo mundo anda por aí com fone de ouvidos. Nós precisamos da música para nos acalmar, para conseguirmos reunir o mínimo de força possível para enfrentar o mundo injusto ao qual pertencemos.

Viva à música! E viva à diversidade! 

Salve a minha máquina do tempo.




O meu eu mágico

Alguns dias parece que o mundo não gosta de você, tudo o que você se atrever a tentar vai dar errado. Esses dias sempre me enchem de melancolia e auto-piedade, fico deitada na cama ouvindo músicas depressivas e pensando: "Por quê, Deus? O que eu fiz de errado?".

Hoje foi um dia típico de "everybody hates Suade", então me joguei na cama com um saco generoso de M&Ms de amendoim e uma caneca cheia de coca-cola. Quis ler alguma coisa depressiva e peguei um livro com contos românticos, vai que minha mãe entra no quarto e estou chorando? Posso dizer que o livro me emocionou.

Ao virar a terceira página eu deixei uma marca laranja nela, pois o chocolate derreteu manchando meu dedo e, sem notar nada, marquei a página do livro novinho. Na hora pensei que isso era muito típico, pois não há livro em minha estante sem marcas de comida. Seja de molho de tomate, farelo de bolacha, manchas de chocolates, entre outros.

Parei de ler e fiquei pensando em tudo o que eu sempre faço com os livros, mesmo que inconscientemente, e listei algumas. Aqui vai...

1º - Sempre como lendo livros, principalmente se minha mãe faz carne com batatas, eu encho um pote só com molho e batata e vou ler. Bolacha e chocolate também sempre me acompanham, e claro, uma xícara de chá! Embora eu nunca tenha derrubado nada liquido neles, ufa!

2º - Entro em crise quando o verão chega, pois não consigo ler no calor. Para mim é impossível prestar atenção em algo porque fico muito irritada. Talvez um dia eu consiga diagnosticar esse problema dignamente. A questão é que, apesar disso, não consigo sair de casa sem um livro na bolsa.

3º - Quando compro livros pokets, tipo da L&PM, eu TENHO que encapá-los com papel contact. Entro em pânico se estiverem sem proteção, pois acho que as capas são mais sensíveis do que a de livros comuns.

4º - Nunca paro no meio de um capítulo, acho indigno e absurdo parar no meio de um sendo que a pausa verdadeiramente permitida chegará em poucas páginas.

5º - Se compro um livro, a primeira coisa que faço é carimbá-lo com o meu carimbo de biblioteca pessoal (desculpa, sociedade), e guardá-lo em um saquinho para não pegar pó na estante. 


Pensando bem, será que sofro de TOC?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Para qual time você torce?

Diariamente entro na arena para combater meu inimigo, ser que me sufoca, me assusta, me controla. Ao adentrar nesse espaço reservado perversamente para o sofrimento alheio, o vejo pelo canto dos olhos correndo em minha direção para desferir o primeiro golpe; sem chance alguma de me defender, tento levantar a cada golpe que levo na face lavada de lágrimas, sangue e suor. Mas a cada impacto em meu rosto minha força se esvai, e sem controle algum sobre meu corpo, cambaleio até o canto da arena e peço tempo. Um minuto, uma vida.

Respiro fundo, ofegante, encaro-lhe a face e vejo apenas obssessão e desejo. Tremo a cada olhada, mas engulo em seco e volto para a luta.

Ele não pode ganhar, não agora.

Ao fim do dia, exausta, peço arrego e volto para casa. Apenas para descansar e refletir sobre a última disputa, me perguntando: "Qual será o dia em que ele finalmente irá me derrotar? Quanto tempo falta?". Ouço seus passos atrás de mim e sei que, apesar de ter concordado que eu deixasse a arena, ele não permitirá que eu fique sozinha por muito tempo.

Não posso cair na tentação de pegar àquele livro sobre a estante, está repleto de suas mentiras; a àgua no copo tem cianureto dissolvido na calada da noite, com a esperança de que eu beba despercebida e acabe morrendo por suas mãos. Nada a minha volta é seguro, muito menos eu.

Descanso minha cabeça no travesseiro e sinto seus braços me envolverem muito antes que o sono me pegue, e ouço seus sussuros que me confundem e me fazem acreditar em toda a ilusória fantasia que ele proprõe. Sinto minha força e minha vontade se recusando a me obedecer a cada manhã que levanto e me preparo para um novo combate, elas sempre caem na armadilha dele.

Espero que essa rotina em breve acabe e que o vencedor trate seu prêmio da melhor maneira possível.

Mas, no final das contas, o que me atormenta todos os dias é o fato de eu não saber de qual lado realmente estou.