sexta-feira, 10 de outubro de 2014

So, let's try... Once again!

Esses dias de "descanso" me deram muito tempo para pensar, não que eu não tivesse tempo para isso nas intermináveis horas monitorando os candidatos enquanto eles faziam prova nos últimos três meses, mas é diferente quando estamos sozinhos em um quarto parecendo um bebê que acabou de descobri que tem mãos e, vejam só, cinco dedos em cada mão! Sozinhos descobrimos muito sobre nós mesmos, é também o momento em que percebemos que somos seres defeituosos e sozinhos.

Eu entendi que tenho vivido muito rápido coisas que eu deveria ter vivido há anos atrás, mas devido ao tiro que um dia atravessou meu destino, não pude vivê-los. Comecemos pelos meus últimos relacionamentos. 

O primeiro durou quase dois anos, mas em nenhum momento eu o amei realmente, no final, descobri que eu entrei nessa para poder mudar meu status no facebook e poder reclamar com as meninas na cantina da faculdade sobre como ele fazia coisas que me irritavam, se elas podiam me dar uma dica de como super e tudo mais. Na real, eu fiquei dois anos da minha vida com uma pessoa por medo de dizer "Basta!" e ter que recomeçar tudo de novo com outra pessoa. Isso não soa meio familiar?

O segundo foi bem intenso, durou pouquinho, veio com força me tirando o chão e me deixando maluca em apenas segundos. Mas foi embora da mesma maneira que veio. Não sei se cheguei a ter o mesmo efeito na vida dele, ou se deixei algum rastro e talvez eu nunca saiba se consegui chegar perto de seu coração. Agradeço por tudo, realmente, as coisas não são como queremos e talvez exista um bom motivo para isso. Se você ler o meu blog, saiba que você foi o estopim para o que está prestes a acontecer na minha vida, acho que tudo o que aconteceu conosco me deu forças para pular de cabeça nessa e descobrir o que há de novo lá fora, o que o destino reserva para mim. Afinal, não conhecemos ninguém por acaso, o destino sempre interfere, não é? 

Mudemos de tópico, vamos para trabalho (o que é quase um relacionamento, mas com muuuuito mais gente envolvida...!).


O primeiro durou um ano e quatro meses, foi duro, terrível em alguns momentos, lidar com pessoas é relativamente fácil quando comparamos a ter que lidar com o ego delas! Viram literalmente monstros. Só que percebi, em meio a essa selva, pessoas muito boas e que realmente querem o nosso bem, mesmo quando você é como eu, que não consegue guardar as coisas para si e adora colocar tudo em debate. Aprendi que é neste exato momento que você descobre quem realmente vale a pena manter ao seu lado.


O segundo durou tão pouco quanto o segundo relacionamento, mas foi tranquilo, benéfico e inspirador. Doeu muito dizer adeus e confesso ter saído daquele prédio com uma imensa vontade de dar meio volta, sentar no sofazinho da recepção e espernear caso alguém quisesse me tirar de lá. Tive a sorte de conhecer pessoas maravilhosas que me ensinaram coisas que eu nem imaginava que poderia aprender naquele ambiente. Descobri também que nunca sabemos a história das pessoas, mesmo que elas pareçam tenentes de um exército no Iraque, vale muito à pena pagar um café para ela e bater um papo. Como podemos nos surpreender...

Percebe? As coisas começam de um jeito, de repente, pisco os olhos e tudo mudou, está mais intenso, melhor até e, de novo, tudo acabou e preciso começar rápido e ... só me resta o vazio da lembrança. Tenho a sensação de estar no mar e ser "engolida" por uma onda forte, daquelas que empurram para baixo e eu demoro três segundos para descobrir para que lado nadar e conseguir respirar. Quando finalmente consigo preencher meus pulmões com ar puro, vem outra onda e me arrasta de novo para baixo, me fazendo rodopiar no meio do nada apenas para me confundir e me obrigar a tomar decisões rápidas, coisa de vida ou morte, um segundo de dúvida pode me manter lá embaixo para sempre.

Então eu disse à alguém sobre tudo isso e perguntei: "Você vê esse precipício pelo qual passamos todos os dias e fingimos não notar? Você também escuta o eco das vozes quando apaga a luz antes de dormir? Não te arrepia pensar que talvez eles estejam certos? [...] Sabe, acho que um dia eu vou pular lá embaixo para descobrir". E esse alguém simplesmente me empurrou precipício abaixo.





Cá estou, ouvindo "Medicine" sem chorar (acreditem!) e pensando em quanto tempo falta até esse último loopin acabar. Me sinto perdida, porque simplesmente não sei se devo me sentir arrasada por estar desistindo de absolutamente TUDO o que construi aqui ou se devo me sentir orgulhosa por estar dando um passo grande, aceitando todos os ensinamentos que me fizeram amadurecer de uma maneira que eu não esperava até ter, no mínimo, trinta anos.

Lembro que a minha adorada Magistra me disse logo após a apresentação de TCC que sentia muito orgulho de mim, que eu era uma heroína, mas ah, quem me dera saber o que ela acha dessa minha loucura! Será que eu estaria apta a dividir o mesmo campo de batalha que Ulisses?

Outro mestre que sempre me deixou de queixo caído certo dia disse que a literatura ensinava os truques da vida, e hoje eu discordo. Acho que ela não ensina nada, só mostra as armadilhas, temos que descobrir como passar por elas sozinhos, à nossa maneira. E definitivamente não dá para superar rapidamente um amor fracassado, mesmo porque não caí outro cinco minutos depois de uma árvore, como costuma acontecer nos romances (e isso é um saco, acho que nesse ponto a vida podia literalmente copiar a arte).


Um dos meus escritores favoritos disse: "There are far better things ahead than any we leave behind" - C.S. Lewis


E meu amado Joseph Campbell completa: "You must give up the life you planned in order to have the life that is waiting for you".

Dito isso, eu oficialmente desisto.


Não quero mais entender nada, não vou deixar de sonhar, mas desisto de tentar conquistar aquilo que não é para mim, pelo menos, não hoje, não agora. Ah, sim, eu sei que um dia realizarei todos os meus devaneios e descobrirei os porquês que me assombram toda santa noite, sei que àqueles que desejam algo de coração, sem a intenção de prejudicar ninguém, sempre conseguem. Os sonhadores não tem muito espaço nesse mundo, mas vai dar tudo certo.

Às vezes penso que essa sensação de impotência, de não saber exatamente o que sentir e como agir, é a mesma sensação que uma borboleta tem antes de finalmente sair do casulo e voar livremente por aí.

Ou estou apenas delirando? Como saber...?



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sentidos

Eis que confesso ser um tanto quanto vaidosa no quesito cosméticos. Tento ao máximo não relaxar com esses detalhes, por isso sempre acabo escolhendo um creme ou um perfume específico para cada ocasião.

De fato, o frio machuca e resseca a pele, principalmente a de uma pessoa que como eu adora tomar banho com a água fervendo; isso exige o dobro de creme para que o prazer da água quente não me transforme numa velha enrugada antes do tempo. Hoje escolhi um que utilizei raras vezes, o conservei o máximo que pude, pois desejei que cada vez que eu o derramasse sobre minha pele as consequências fossem incríveis e inesquecíveis, que realmente valessem à pena.


Em questão de um segundo, o aroma que exalava enquanto o creme caia do potinho até minha pele, me veio à cabeça lembranças de dias muito felizes, o som de uma voz grave me chamando ao longe, o cômodo fechado e seguro no qual eu me encontrava todas as vezes em que eu passava este mesmo produto, aposto que se eu fechasse os olhos conseguiria descrever detalhes e mais detalhes de cada dia em que essa essência me acompanhou. Na verdade, eu apenas lembraria e reviveria tais momentos, não me considero capaz de descrever o que esse perfume significa para mim, o que ele realmente me mostra e me faz reviver. São sentimentos extremamente pessoais e que não fariam sentido caso fossem proferidos.

E digo mais, tenho absoluta certeza de que daqui há alguns anos, este cheiro ainda me trará as mesmas emoções e lembranças com a mesma intensidade com as quais foram vividas.


Engraçado como memorizamos coisas tão pequenas mas que podem balançar sua alma caso você se permita relembrar tais momentos com a mesma ferocidade que a saudade esmaga seu peito.


Às vezes viver a vida sem sentido é menos dolorido do que seguir um rumo fixo.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Miss u grandpa!


Há muitas coisas diferentes acontecendo em minha vida, uma delas é a nova rotina de transporte público que, com muito custo, estou tentando aprender. Ainda preciso da ajuda dos cobradores irritados com a população para saber exatamente em qual ponto descer, e hoje eu peguei o ônibus errado... fui parar muito longe do metrô, a sorte é que por conta de algumas desventuras recentes eu sabia exatamente onde estava e pude correr para o ponto mais próximo que me colocaria de volta à rota de fuga.


Demorei o dobro do que demoraria normalmente para chegar na última etapa dos transportes, que carinhosamente eu chamo de "Cérbero Paulista", o ônibus da linha verde!

Caia uma chuvinha tão fina que poderia ser confundida com o sereno da madrugada, havia três filas de pessoas esperando às próximas peruas, como a terceira era a menor, me acomodei nela e fiquei observando as pessoas nas duas primeiras fileiras. Sim, tenho esse péssimo hábito de analisar as pessoas, mas veja, eu observo seus gestos e expressões, não suas roupas ou cabelos. Quando a primeira fila se foi, demos aquele passinho básico para o lado e assumimos a fileira dois, enquanto a segunda tomou o lugar da primeira.

Observando as pessoas adentrando no veículo, vi que no final da fila estava um senhor com idade suficiente para entrar na frente de qualquer pessoa, mas lá estava ele, aguardando pacientemente sua vez. Fiquei observando seu rosto, gordinho, cheio de marcas do tempo mas com uma inocência quase infantil nos olhos e a boca entreaberta, ele prestava atenção em tudo enquanto dava pequenos passos em direção à porta, como se não quisesse fazer nenhum movimento errado. Ele era menor que eu, gordinho (eu já disse isso?), se apoiava em um guardachuva grande e preto.

Eu o observei com muita admiração, porque às vezes isso acontece, você se encanta por alguém que nunca mais irá ver e nem sequer trocará uma única palavra, mas ela te conquista mesmo assim.

Vi que sobrou lugar na van e rapidamente abandonei a fila e subi, me sentei em frente ao velhinho que me encantou e fez meu coração doer tanto em uma questão de dois minutos como não doía há anos, pois senti uma falta imensa dos meus vovôs, principalmente o meu "jûdo", que não passava uma tarde sem vir à minha casa tomar café e ouvir uma ou duas músicas árabes, sem contar todas as vezes que ele me convidava para discutir o que acontecera no último capítulo de "Maria do Bairro", sim, ele era viciado em novelas mexicanas.

De qualquer forma, me sentei à sua frente, sem olhá-lo, e fiquei lembrando de coisas passadas, me ocorreu em como eles ficam frágeis e dependentes no final da vida, que isso acontecerá comigo e com você, que está se dando ao trabalho de ler este texto. Senti uma vontade imensa de abraçar aquele homem, pois não importava o que ele havia feito no passado, não queria saber se ele era ou não um bom homem, naquele momento ele era um senhor de idade fofo demais para não ser admirado. Quando chegou no seu ponto, ele deu sinal e desceu os degraus com uma rapidez duvidável para alguém com tantos cabelos brancos, ao pisar na calçada ele se virou e, por um segundo, achei que ele bateria continência para o motorista, mas levantou o polegar esquerdo e murmurou um "obrigado", depois seguiu seu caminho.


Não pude deixar de sorrir com aquilo, foi a coisa mais simples que uma pessoa podia fazer para agradecer, mas ao mesmo tempo foi tão respeitoso e sincero, que se ele tivesse dado flores ao motorista não teriam tanto valor quanto este pequeno gesto. Continuei sorrindo por mais alguns minutos e agradeci a mim mesma por ter, dessa vez, lembrado de que eu possuo um celular com câmera e que eu não perderia novamente a chance de fotografar àqueles que me fazem repensar em como eu levo a minha vida e o que carrego de realmente valioso comigo¹.

Obrigada, senhor fofura. Espero que nunca fique bravo comigo por este apelido carinhoso, mas você, sem a menor intenção, me trouxe tantas lembras boas que eu só queria te abraçar e dizer: "Boa noite, vovô".



¹ Vide "Herói de Mármore", perdido em alguma página deste mesmo blog.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

I'll know my name as it's called again ♫

Às vezes é inevitável nos compararmos com outras pessoas e isso gera algumas questões um tanto quanto difíceis de serem respondidas.

Ontem à noite eu estava conversando com um caro amigo, estávamos contando nossas últimas desilusões e rindo da desgraça um do outro, então ele me contou como supera os desastres da vida. Eu discordei da sua maneira de superação e contei a minha; para ele pareceu que eu apenas sobrevivo nesse mundo e isso o fez discursar sobre como a vida é curta, que o melhor é viver sempre no limite e começou a explicar como a vida é parecida com os esportes radicais e etc. Obviamente fiquei contrariada, disse o que eu considero realmente importante e lá se foram quase duas horas de um debate emocionante sobre nossas perspectivas de vida e ações que consideramos as melhores e mais úteis. 


Foi algo bem produtivo e interessante, mas no final, nenhum dos dois mudou de ideia. Nos despedimos e fomos dormir.



Fiquei pensando sobre tudo e finalmente eu entendi que é essa expectativa de vida que cada um tem que torna essencialmente cada ser humano único e inigualável. Não podemos mudar ninguém e nem deveríamos um dia querer tal coisa, inclusive de nós mesmo, foi então que aceitei as minhas escolhas. Confesso, não sem um pouco de constrangimento, que sempre me comparei com outras pessoas, me perguntava com frequência o porque eu não podia ser igual às mulheres da minha idade, por que eu nunca me interessei pelos mesmo assuntos e se isso influenciava nos meus amores fracassados.


Pode ser que influenciem, afinal, as pessoas costumam generalizar tudo e a todos, por que não generalizar a banalidade da mulher atual? Mas, a partir do momento em que o cara pára um minuto para analisar a mulher ao seu lado, ele precisa ver suas qualidades e defeitos, se o que há de melhor nela se sobrepõe ao pior e assim por diante. Então, não, Suade, suas escolhas não influenciaram os fracassos amorosos. Os fracassos ocorreram porque os homens não estavam prontos para algo diferente, ou, simplesmente eu não era aquilo que eles esperavam, fazer o quê?


Minhas escolhas só influenciam meu próprio futuro e é assim que eu quero que seja. Não vou mais pensar em mudar por ninguém, não quero mais tentar melhorar para que um dia alguém me veja como uma pessoa especial. Vou permanecer com os meus sonhos, meus modos, minhas convicções e vou ser feliz assim.


Para mim há coisas mais importante do que conhecer o mundo, ficar com mais de dez homens em uma festa, ser bonita o suficiente para que todos os homens que passarem por mim virem o pescoço para me admirar, ou ter todas as roupas da marca mais cara do mundo apenas por status.

Não!

Vou continuar com o meu all star vermelho furado e imundo, ele já tem o formato certinho do meu pé e só Deus sabe o quão difícil é modelar um all star! Continuarei desejando um amor que me enlouqueça, porque sim, eu sou do tipo de mulher que acredita no amor impossível, grudento, arrebatador, amigo e avassalador. Quero conhecer o mundo, mas não sozinha... Vou levar esse amor comigo para onde meu destino me guiar. Vou permanecer com os meus livros nas noites frias ao invés de encontrar qualquer corpo quente para me esquentar, eu não sou uma qualquer, não mereço qualquer um. Eu mereço um príncipe (no mínimo)! 

E é assim que eu finalmente me aceito, da maneira imperfeita e esquisita que sou, com os sonhos que meu coração suplica todos os dias, com a minha beleza incomum e meu corpo todo trabalhado no chocolate (algo que simplesmente jamais abrirei mão).

Benvinda ao mundo novamente, Suade! Dessa vez eu vim para conquistar e não mais tentar.

Seja o que Deus quiser.

MAKTUB!




Cause I need freedom now, and I need to know how,
To live my life as it's meant to be.
And I will hold on hope,
And I will let you choke,
On the noose around your neck,
And I find strength in pain,
And I will change my ways,
I'll know my name as its called again.
 ♫






quinta-feira, 29 de maio de 2014

Mais uma vez.

Toca o sino e alguém grita lá longe.

Com o coração ardendo, a respiração ofegante e os músculos do corpo moles de tanto apanhar, me retiro para o canto do ringue para ouvir aquilo que já sei: ganhei a luta por desistência do oponente.

Encosto a cabeça nas cordas e fechos os olhos, pensando: "Por que você desistiu? Estávamos quase lá!"; abro os olhos e encaro a nuca do meu rival que já saiu do ringue e caminha lentamente para a saída. Não tenho forças para gritar e pedir para que fique, estou exausta.

Todos os dias eu ia à luta esperando que o oponente me derrubasse logo para que eu me desse por vencida e, assim, ele pudesse levar o troféu para casa. Foi uma longa batalha, se considerarmos todos os fatos. Tentei ser positiva, acreditar no melhor, mas "as coisas não são como nós queremos que sejam", nunca são.

Um dia vi no relógio da universidade a seguinte frase: "Se tá fácil, tá errado!", mas e se estiver impossível, também está errado. Além da exaustão, me sinto triste, quase vazia. Não sei para que lado devo ir, por isso, permaneço dentro do córner, esperando. O quê exatamente eu não sei, mas espero.

Meus pensamentos ainda estão confusos, realmente não sei o que fazer, pensar, falar, só sinto saudade e tristeza. Não  vou desistir de encontrar esse sentimento novamente, mas, por hora, vou apenas absorver mais essa derrota e seguir em frente.

A propósito, eu sempre soube que torcia por você.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A fake soul.

Existem pessoas talentosas espalhadas por todos os cantos do mundo, ao mesmo passo que existem pessoas desprovidas de magia ou talento, sinto dizer que faço parte do segundo grupo.

Se eu pudesse escolher um talento, eu escolheria desenhar, porque acredito que quando um desenhista está com a cabeça lotada de pensamentos, basta pegar um lápis e deixar a mão deslizar à vontade sobre um papel em branco que no final das contas, algo maravilhoso terá nascido.

Ou, poderia sentar à beira de uma calçada e desenhar algo que estivesse por ali, talvez alguma pessoa sentada próxima; desenharia o pedaço de céu que os edifícios me permitiriam ver e as nuvens que nele estivessem passeando. Não é segredo para ninguém o quanto eu amo o céu, ele é tudo para mim; através dele eu sinto paz e segurança de que não, não estou sozinha. 

Se eu possuísse esse talento, eu daria vida aos meus sonhos mais absurdos e às fantasias que eu crio antes de dormir. Quem sabe eu, um dia, chegaria a desenhar um filme inteiro para a Disney? Sonhos grandes. 

Mas infelizmente não possuo esse talento, em vez disso, sou uma fraude, uma trombadinha descarada que não mede esforços para conseguir o que quer. Eu tenho a necessidade de gravar as coisas em minha mente, principalmente àquelas que me fascinam ou, de alguma forma, me fazem perder a noção de tempo e espaço, por isso, sinto dizer que eu fotografo.

Para tudo na vida existe uma solução, e acho que o fotografo nada mais é do que uma cópia barata dos desenhistas. Como não sabemos desenhar, nós registramos aquelas cenas que nos deslumbram e a guardamos em algum álbum assim podemos visualizá-las sempre que queremos, em contra partida, o desenhista pode desenhar a cena que o emocionou e ainda acrescentar detalhes que demonstrem seu carinho e emoção por aquele momento.

Eu sou uma fraude.

Me julguem.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Propósitos.

"Por que quando perguntam: qual é a meta ou o propósito da vida, recebemos tantas respostas diferentes? Isso acontece porque as pessoas estão confusas! Elas realmente não sabem! Elas estão no caminho da escuridão. Ao invés de dizer, eu não sei, elas simplesmente dirão qualquer resposta que foram programadas para responder. Bem, só pense nisso!"
 - O propósito da vida - Khalid Yassin

Ainda estou no "caminho da escuridão", não descobri qual é o propósito da vida, aliás, ainda não sei qual é o propósito da minha existência. Por vezes chego a pensar que não sou nada além de mais um corpo que transforma oxigênio em gás carbônico. Também já cheguei a imaginar que, de fato, eu faria a diferença na vida de alguém (que não fosse minha mãe).

Ao refletir sobre essa questão, muitas vezes cheguei a uma simples conclusão: o objetivo da vida de todos, é amar.

É quase uma felicidade chegar a essa conclusão. Quase porque ao analisar a consideração que as pessoas atualmente tem por esse sentimento, a felicidade se esvai como o ar de um balão murchando no chão de uma festa de criança.

Não há sentimento melhor do que se sentir querido, amado por alguém; é algo que nos fortalece e nos ajuda a ver quase todos os lados bons que existem na vida. Um abraço, quando dado com muito carinho, nos faz sorrir como bobos por horas. Um carinho, uma simples mensagem, um sorriso, são detalhes que mudam o dia de quem acredita realmente no amor.

No entanto, parece que tais detalhes não são mais considerados importantes pelas pessoas e a realização deles seria uma perda de tempo tamanha, que iria matá-los aos poucos se praticassem. Utilizo um trecho de um texto que uma amiga me enviou hoje para exemplificar o porque, amor, hoje tem sinônimo de sofrimento:

"É difícil ter que continuar nadando nesse mar de gente sem coração. É por isso que cada vez mais a gente vê tantas pessoas desacreditando sobre os mais bonitos sentimentos dessa vida.Talvez seja por isso também que os refrões de mais sucesso são os de dor. Vocês estão estragando tudo!
- Algum mural do Facebook - Autor desconhecido.

Por conta do que está escrito acima, tenho passado noites em claro lidando com crises noturnas, é como se todo o sentimento que existe em mim virasse uma bola que fica entalada em minha garganta prendendo toda a minha respiração, e vem aquele calafrio na barriga e o choro por, finalmente, notar que esse sentimento raramente será recíproco.

Me entristece saber que as pessoas fazem pouco caso umas das outras, gente que faz da sua rotina algo mais importante do que o sentimento que uma segunda pessoa pode lhe dedicar. Quantas noites passei em claro tentando me convencer de que um dia talvez as coisas mudem?

Cheguei a cogitar a hipótese de buscar amor em outro país, tamanha é a minha decepção com a população ao meu redor. 

O medo fere, machuca e quase rasga literalmente todos os sonhos que construí ao longos desses miseráveis vinte e quatro anos. Esse mesmo medo me faz querer liderar uma rebelião contra esses seres de coração peludo espalhados ao meu redor, é nele que busco forças para não desistir e continuar acreditando, com dificuldade, que um dia serei amada.

"Quem somos é tudo o que temos nesse mundo. E por isso, somos responsáveis em fazer desse mundo algo melhor na medida do possível. Existe amor dentro das pessoas, sabiam? Que vocês um dia percebam isso e parem de olhar para os próprios umbigos e percebam que estão estragando tudo, antes que seja tarde demais. Vocês estão matando o que de melhor nós temos: nosso coração."
- Algum mural do Facebook - Autor desconhecido.


Tenho lutado todos os dias para ter pensamentos positivos e acreditar que o melhor está de fato por vir. Quanto mais o mundo me mostra que é doloroso se expor ao amor, mais vontade eu tenho de encontrá-lo, e sinto que estou chegando perto desse objetivo. A fé é uma das minhas melhores amigas, em tempos difíceis ela me sustenta como uma bengala suporta o peso de um manco. Existem os amigos que me aguentam, pois já passaram no teste "Quem tem mais paciência com a Suade?", e me forçam a sorrir em tempos nublados e úmidos. Sou grata a cada um.

Peço desculpas a você que chegou até aqui, lendo mais do mesmo, mas deixo as melhores frases que ouvi nos últimos tempos, frases em que me apego todos os dias para respirar fundo e mentalizar: "Vai dar tudo certo, no final, sempre dá."


"It's empty in the valley of your heart,

The sun it rises slowly as you walk,
Away from all the fears
and all the faults you've left behind.

[...]

And if your strife strikes at your sleep

Remember spring swaps snow for leaves
You'll be happy and wholesome again
When the city clears and sun ascends

[...]

I came home

Like a stone
And I fell heavy into your arms
These days of dust
Which we've known
Will blow away with this new sun

[...]

You saw my pain, washed out in the rain

Broken glass, saw the blood run from my veins
But you saw no fault no cracks in my heart
And you knelt beside my hope torn apart
But the ghosts that we knew will flicker from view
And we'll live a long life

So give me hope in the darkness that I will see the light

Cause, oh, they gave me such a fright
But I will hold as long as you like
Just promise me we'll be alright

[...]

And I will hold on hope,

And I won't let you choke,
On the noose around your neck,
And I'll find strength in pain,
And I will change my ways,
I'll know my name as it's called again.

[...]

And I'll kneel down

Wait for now
And I'll kneel down
Know my ground

Raise my hands

Paint my spirit gold
And bow my head
Keep my heart slow

And I'll will wait

I will wait for you"

- Discografia do Mumford and Sons