segunda-feira, 28 de abril de 2014

A fake soul.

Existem pessoas talentosas espalhadas por todos os cantos do mundo, ao mesmo passo que existem pessoas desprovidas de magia ou talento, sinto dizer que faço parte do segundo grupo.

Se eu pudesse escolher um talento, eu escolheria desenhar, porque acredito que quando um desenhista está com a cabeça lotada de pensamentos, basta pegar um lápis e deixar a mão deslizar à vontade sobre um papel em branco que no final das contas, algo maravilhoso terá nascido.

Ou, poderia sentar à beira de uma calçada e desenhar algo que estivesse por ali, talvez alguma pessoa sentada próxima; desenharia o pedaço de céu que os edifícios me permitiriam ver e as nuvens que nele estivessem passeando. Não é segredo para ninguém o quanto eu amo o céu, ele é tudo para mim; através dele eu sinto paz e segurança de que não, não estou sozinha. 

Se eu possuísse esse talento, eu daria vida aos meus sonhos mais absurdos e às fantasias que eu crio antes de dormir. Quem sabe eu, um dia, chegaria a desenhar um filme inteiro para a Disney? Sonhos grandes. 

Mas infelizmente não possuo esse talento, em vez disso, sou uma fraude, uma trombadinha descarada que não mede esforços para conseguir o que quer. Eu tenho a necessidade de gravar as coisas em minha mente, principalmente àquelas que me fascinam ou, de alguma forma, me fazem perder a noção de tempo e espaço, por isso, sinto dizer que eu fotografo.

Para tudo na vida existe uma solução, e acho que o fotografo nada mais é do que uma cópia barata dos desenhistas. Como não sabemos desenhar, nós registramos aquelas cenas que nos deslumbram e a guardamos em algum álbum assim podemos visualizá-las sempre que queremos, em contra partida, o desenhista pode desenhar a cena que o emocionou e ainda acrescentar detalhes que demonstrem seu carinho e emoção por aquele momento.

Eu sou uma fraude.

Me julguem.


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