segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cada persona es un mundo




Como é fantástico perceber que a vida já não é mais a mesma, e estranho achar que tudo está igual quando na verdade tudo está mudando constantemente a cada segundo que passa.

Há algum tempo minha diversão era ficar acordada até as 03/04h00 lendo, escrevendo, assistindo TV, enfim... Adorava ficar sozinha à noite. Mas de um tempo para cá, comecei a me sentir agoniada toda vez que perco o sono e fico sozinha de madrugada. Constatei que a noite é triste, solitária e misteriosa. Quando todos se deitam e só você permanece acordado, sua mente começa a trabalhar fervorosamente, fazendo com que você pense em tudo aquilo que tentou esquecer durante o dia. Você acaba se deixando levar pela sua imaginação fértil e absurda, até qualquer barulho te fazer pular da cama.

Ontem, às 02h00 da manhã, fui fechar a janela do quarto e vi as casas com as luzes apagadas, quase escondidas pela neblina e um silêncio inquieto na rua. Senti medo, o que me surpreendeu, uma vez que a noite era o meu período favorito do dia.

Quando olhei aquelas casas a primeira coisa que pensei foi: “E se eu estivesse na rua sozinha, tendo que andar nessa escuridão assustadora?” O segundo pensamento foi: “Eu não gosto mais da noite.”

Notei que essa mudança não é de agora, há algum tempo que venho me desapegando desse período. Talvez por morar em uma cidade violenta, ou apenas por ter amadurecido. É curioso como até os 19 anos somos destemidos e imprudentes, não queremos nem saber dos perigos que circulam durante a noite. Só queremos sair e enfrentar tudo, pois queremos provar que somos corajosos e se algo acontecer, será uma consequência barata de uma coragem sem fim. Mas como tudo na vida, essa coragem é passageira. Esse atrevimento some quando entendemos que nós somos responsáveis por nós mesmos, e que não somos os únicos que se importam com os nossos humildes umbigos. Nossos pais, amigos e familiares se importam com esses umbiguinhos que tanto expomos ao nos aventuramos pelos deliciosos mistérios da noite.

E quando resolvemos enxergar essa realidade, os medos que reprimíamos e engolíamos só para provar que não temíamos nada, nos pega de um jeito que qualquer sombra nos assusta.


É assim que eu defino a minha mudança de comportamento. Percepção da realidade. 



No entanto, cada um vive sua própria realidade. 



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