Um mecânico de aparência rústica, barba grisalha, boné e jaleco cheios de graxa andava calmamente com um embrulho rosa nos braços; em seu rosto havia uma expressão serena, como se nada no mundo fosse importante além daquele bebê em seu colo. Me atentei ao seu rosto e presumi que aquela serenidade era puro amor, no qual ele se refugiava de seus dias carregados de sujeira e trabalho pesado.
Observei aquele homem de aparência tão rude, com gestos tão delicados e carinhosos, descer dois degraus da calçada com o maior cuidado possível e entregou a criança à uma jovem que o aguardava do outro lado da calçada.
Fazia 32º às 19:30hs da noite, parada junto à multidão na plataforma do metrô, enquanto o trem se aproximava observei um rapaz fechar os olhos e se deliciar com o vento que o trem em alta velocidade trazia pelo túnel.
Uma garota com rosto sério vestia uma camiseta preta com os dizeres em dourado: “I <3 Super Junior”, imediatamente eu a imaginei em sua casa, em frente ao computador esperneando ao ver aqueles coreanos estilosos, porém estranhos, em mais um novo clipe.
Apesar do calor, o céu já estava nublado e uma brisa morna começava a se manifestar. Em meio ao cheiro de gasolina, lixo, entre outros odores da metrópole, a brisa trouxe um cheirinho de água misturada com terra e algum perfume barato, que me trouxe uma lembrança de uma cidade praiana cujas ruas não são asfaltadas. Uma memória velha que só deixou o cheiro em minha mente.
Uau!
ResponderExcluirVi quatro quadro expressionistas aí!
Senti o carinho do homem, o vento do metrô e todos os cheiros que descreveu.
Adorei, Su! Simples e por isso, exatos!
Eu também consegui sentir o vento do metrô e o cheio de ambiente praiano.
ExcluirAmei a abordagem.
Gosto como você usa o cotidiano. Lindo mesmo e, como disse a Mel, simples. Super imagético. =D
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