quinta-feira, 11 de março de 2021

Encontrei este meu antigo blog, reli todos os posts e é fato: eu não sabia de nada!

Já não me reconheço nestes textos, salvo um ou dois que ainda hoje fazem sentido.

Quanto dramalhão! Espero ter me tornado uma mulher um pouco menos emocionada. 

Enfim, estou de volta. 

quinta-feira, 12 de março de 2015

Somewhere over the rainbow ♪


Há alguns dias fui à praia de Maroubra para encontrar com um amigo, naquele dia, decidimos que não iríamos sentar na areia e decidimos andar em volta da praia até chegarmos às pedras que ficam do lado esquerdo da praia.

No momento em que pisei no rochedo, me senti em um lugar completamente diferente, um lugar onde poucos poderiam me encontrar e quase nada poderia me perturbar. Enquanto caminhava, pensei que não poderia haver lugar mais assustador ou mais deslumbrante do que aquele. O rochedo possuía algumas frestas que nos mostravam claramente o oceano lá em baixo.

Sentamos para observar o mar que estava violento, meu amigo sugeriu que a turbulência era causada pelo primeiro dia de lua cheia do mês. Eu sugeri que o mar não dependia da lua para enlouquecer e assim, discutimos por alguns minutos os possíveis motivos da mudança marítima. Ele é russo, então é uma pessoa muito realista, não gosta de pensar em possibilidades, ele gosta de fatos; enquanto eu, sou completamente o oposto, gosto de possibilidades, os fatos não me bastam.

Ficamos quase quarenta minutos só observando o mar, ele parecia furioso. As ondas iam e vinham cada vez mais fortes, como uma pessoa que inspira e expira o ar tentando se controlar mas, no final, perde o controle e parte para cima com toda a fúria e força possíveis. Quando as ondas se elevavam à altura de nossos olhos, era impossível não sentir um frio na barriga e pensar: "Ferrou!", mas ríamos cada vez que a água batia violentamente na pedra abaixo e respingava água em nós. Quem nos via pensava que tínhamos ido à praia para um mergulho casual com roupa e tudo! Foi gostoso.

Depois de um tempo, cada vez que as ondas quebravam na rocha abaixo e respingava água para o alto, aparecia um singelo e tímido arco-íris. Fiquei completamente sem ar quando vi. Tentei me recordar da última vez que tinha visto um, mas fazia tanto tempo que não consegui lembrar. Confesso que me segurei para não chorar de emoção, por mais difícil que pareçam as situações pelas quais passamos, ainda podemos nos maravilhar com coisas simples, que veem de graça e só para àqueles que se dão ao luxo de apreciar e buscar esse tipo de dádiva. 

Meu amigo viu que eu estava emocionada e me pediu para olhar um pouco mais adiante, e prestar atenção quando as ondas estão se elevando e começam a tomar forma antes de quebrar contra as pedras. Por tudo o que é mais sagrado, eu juro que meu coração parou quando meus olhos viram que, quando a água transparente se eleva e começa a tomar a forma arredondada de uma onda com a borda branca de espuma salgada, nesse exato momento, nos três míseros segundos que essa transformação leva, é possível ver arco-íris entre a água transparente e a espuma. Não consigo e nem devo tentar explicar mais, isso é uma dádiva que só quem tem o privilégio de um dia presenciar vai entender.

Foi, sem sombra de dúvidas, a coisa mais linda que vi desde que cheguei em Sydney e não vejo a hora de poder voltar ao mesmo lugar e presenciar novamente tal espetáculo. Tentei registrar tal momento, mas é muita pretensão minha pensar que poderia ter tamanho poder, mas, fica a tentativa do registro.





quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sinceridade?

Queria postar algo sobre o que tenho vivido nos últimos dias, essa nova sensação, cada momento e pessoa que entra em minha vida sem ao menos pedir licença.

Mas acabei descobrindo que sou muito supersticiosa e, por isso, ficarei quietinha.

Benvindo 2015!







segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Over and over and over again [...]

Again, here I am speaking about you.

Actually, I can't spend a single day without thinking of you. When you will come back?

You know, the last time when I was wondering when you would show up, you came so fast and so strong that now I fear you; for the first time I don't know if I want you back. 'Cause, I really don't know what will happen this time, if it will be for a long time or like the last time, so quickly and confusing, you know?

Yesterday I was lying in my bed and I started to thinking if here, on the other side of the world, you will be gentle and differente, 'cause in Brazil you act like a jerck and now I realize that I don't like your "brazilian style".
But, yes. I miss you.

I'm overthinking about you, I want you but at the same time and don't want you. Yes, it is ridiculous, but how can I deal with you if you scares me so much?

Please! Please! Please!

If you plan to come back, please...! Make sure that you will be nice with me, seriously.

[...]


Regards.





quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Primeira semana.

Finalmente, pisei em solo australiano!

Sydney é basicamente uma São Paulo repleta de flores e árvores, prédios pequenos, pessoas educadas, mergulhadas em um milhão de diferentes culturas. De fato, a Austrália é um Brasil que deu certo.

Logo que cheguei, fui recebida por uma grande amiga, que me levou para resolver os pepinos que a troca de países resulta, depois fomos fazer compras para que eu não morresse de fome e voltei para a casa na qual estou agora. Divido ela com mais sete pessoas, seis homens e uma mulher, três poloneses, um tcheco, dois brasileiros e uma eslovaquiana. Isso aqui é demais!!! A primeira noite foi regada à um inglês terrível, no qual eu só conseguia me apresentar, o nervosismo tomou conta de mim.

No dia seguinte consegui falar melhor e fui elogiada pelo pessoal que disseram que meu inglês era ótimo.Confesso que ainda não conheci muitos pontos turísticos, apenas a Darling Harbour. É engraçado, porque eu sempre assisti a um programa chamado "O Mundo Segundo os Brasileiros", quando assisti o capítulo sobre Sydney eu vi uma menina mostrando Darling Harbour e pensei "um dia eu sentarei nesses degraus e ficarei vendo o pôr-do-sol", a mente tem um poder incrível! No entanto, caso alguém venha me visitar, saberei mostrar todos os supermercados da região rs

Quando fico sozinha, ando pelo bairro para memorizar as coisas que tem por perto e acabo sempre indo ao mercado e comprando uma coisa ou outra. Gosto de andar por aqui, porque a sensação de segurança é grande e posso ver o céu, uma caminhada de vinte minutos me leva a um parque muito gostoso, sempre vou lá e fico sentada vendo as pessoas se exercitarem ou apenas caminharem pelo gramado. Acho que estou apaixonada por esta cidade.

Tenho feito muitos amigos, a constante saída e chegada de novas pessoas possibilitam esse conhecimento e é tão gostoso ter contato com culturas diferentes (e um pouco assustador também) que eu desde que cheguei só penso em renovar meu visto por tempo indeterminado.

Anyway, a melhor coisa que fiz este ano, com absoluta certeza, foi ter saído do Brasil e me afastado de pessoas que, na verdade, nunca acrescentaram nada em minha vida. Se eu tivesse a leve noção de que ao mudar para outro país eu conheceria pessoas completamente diferentes das que eu estava acostumada a viver, eu teria mudado há anos! O choque cultural é bizarro, mas é o que eu mais amo.

Cheers!




"Deus é bom sempre! Sempre Deus é bom!"

Quando algo que você quer muito não sai da forma que você gostaria, nenhum conselho lhe trará conforto, pois a decepção gera raiva e rancor. Há poucos dias isso aconteceu comigo, meu voo foi adiado por conta de um imprevisto e eu fiquei desesperada e irritada, queria matar cada uma das vinte pessoas que repetiram (de maneiras diferentes) a frase "Se não deu certo agora, é porque Deus sabe a hora certa para você viajar". Só não voei no pescoço de ninguém porque fui madura o suficiente para me trancar no quarto como uma criança rabugenta e dormir até que o ódio passasse.

Vou explicar o porquê esse atraso me irritou. Nunca viajei para fora do Brasil, mas de uma hora para outra eu decidi ser atrevida e mudar para a Austrália, o voo entre os dois países possui diversas escalas e um total de vinte e cinco horas de voo. No dia inicialmente determinado para eu viajar tinha inúmeras vantagens: passagem comprada, horário ótimo, e pessoas que eu conheci pela internet que iriam comigo, ou seja, se desse alguma merda, sozinha eu não estaria. Você, que está lendo, já sabe que não aproveitei nada disso! Paguei para adiar a passagem e soube imediatamente que viria sozinha.

Pois bem, raivas à parte, vim determinada a embarcar logo para o outro lado do mundo, cheguei cedo ao aeroporto e tive a sorte de ser atendida por uma moça simpática, que me colocou na poltrona da janela nos próximos dois voos (inicialmente eu estava nas poltronas do corredor). Ao entrar no avião (e-nor-me!) não senti medo ou frio na barriga, e eu estava esperando por isso! Mas não senti nada. O passageiro ao meu lado era normal, um homem com rosto cansado mas tranquilo sentou e me cumprimentou; não me pergunte como, mas em dez minutos estávamos entretidos em uma conversa sobre religião e fé, assim continuamos por quase duas horas, quando ele pediu licença para cochilar (ele foi educado o suficiente para aguentar a minha tagarelice por horas). Eu me acomodei (de forma muito bizarra na poltrona minúscula) e assisti "O Diabo Veste Prada" pela milésima vez, quando o filme terminou, notei que o avião inteiro estava às escuras enquanto todos ao meu redor dormiam. As instruções dadas pela aeromoça eram basicamente "Acomodem-se, fechem as persianas e durmam", mas eu não estava com um pingo de sono! Desliguei a TV e abri a persiana de novo et voi là! Um céu forrado de estrelas, como aquela tirinha em que o Calvin e o Haroldo contemplam o céu e filosofam sobre o sentido da vida. Olhei para as turbinas do avião ao lado da minha janela e tentei identificar o que era aquela coisa branca embaixo de nós; sim, pode rir, mas era muito difícil não confundir as nuvens com as espumas do mar, simplesmente não sabia diferenciar céu, terra e mar, só contemplei e rezei, agradeci e sorri. Minha vida é boa, é perfeita e eu não tenho motivos para me trancar no quarto escuro e permitir que o ódio corroa meu coração. Tentei dormir, mas não adiantou nada, então coloquei e assisti um pedaço de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", acabei dormindo o que pensei ter sido dez minutos, até ouvir a voz do comandante dando bom dia, pedindo para que abríssemos as persianas para ver o nascer do sol. Foi IN-CRÍ-VEL!

Tomei café da manhã e voltei a conversar com o rapaz do meu lado, mas dessa vez, eu estava pedindo dicas de como me virar no aeroporto, o que fazer, para onde seguir. Comentei que algumas pessoas que haviam embarcado no meu voo inicial haviam dito que no aeroporto de Johannesburg havia um lugar no qual você poderia comer, beber, dormir e tomar banho por três horas, com o pequeno preço de trinta e cinco dólares, e ele, perdoe-me, não o apresentei, Paulo, precisava correr para pegar o segundo voo, mas disse que eu poderia ir com ele até o lounge VIP que ele me colocava como acompanhante sem precisar pagar nada, e com um plus, sem hora limitada para ficar. Pode não ser por este motivo específico que Deus atrasou o meu voo, mas com certeza isso foi bem melhor do que eu esperava, pois eu ficaria mais de dezessete horas sozinha, em um banco qualquer, esperando a hora de finalmente ir para a Austrália.

Volto a repetir a frase que aprendi há apenas três dias: "Deus é bom sempre! Sempre Deus é bom!", e de fato, você está onde Deus quer que você esteja neste momento, o motivo não é claro, mas uma hora você vai entender.

Neste exato momento, segundo o horário do meu computador, no Brasil são 05h44 a.m. e aqui na África do Sul, são 10h44 a.m. Ficarei aqui até às 20h45 quando embarco para o meu segundo destino, Perth, na Austrália. Tentarei aproveitar este espaço VIP e agradecer mais um pouco a Deus por ter colocado este anjo no meu caminho e, principalmente, por Ele ser meu pai e nunca me deixar na mão. Ele é misericordioso, é bom demais, e ama demais. Espero retribuir na mesma medida, ou pelo menos, de maneira satisfatória para Ele.

See u soon =*







P.s.: Escrevi esse texto no aeroporto e esqueci de postar, reli e vi que está confuso, mas era assim que eu me sentia naquele momento, então acho digno manter dessa maneira.